Despindo preconceitos: (re)conhecendo os movimentos sociais no Brasil através
de suas lutas pela reforma agrária
Undoing prejudice: (re)cognizing social movements in Brazil through their struggles for
agrarian reform
Caroline Michely da Silva
Daniela Resende Archanjo
Resumo
Este artigo aborda a histórica luta e resistência de movimentos sociais pela reforma agrária no Brasil
e a recente renovação da luta por sistemas alimentares mais justos. Aponta a emergente necessidade
de despir preconceitos, ampliar e fortalecer o debate sobre os conflitos e disputas de interesses no
campo da segurança alimentar no Brasil, visto que a lógica colonizadora do sistema alimentar
globalizado tem sido fundamentada, até mesmo legitimada, pela visão economicista de determinados
grupos - que exercem poder e influência política na regulação da economia e das políticas públicas
do Brasil. Através da pesquisa bibliográfica e de documentários, o trabalho discorre sobre a difusão
tecnológica na agricultura; a dinâmica mercantil do agronegócio; e os diferentes mecanismos criados
na relação de poder político-empresário, para dominação e repressão dos movimentos sociais. Assim,
este ensaio analítico visa dar visibilidade ao tema, contribuindo para o (re)conhecimento e
fortalecimento destes movimentos populares sob a perspectiva epistemológica da decolonialidade.
Destacamos como “as novas/ velhas” formas de controle e dominação de caráter colonial mantém
não só a estrutura fundiária, a repressão violenta aos que lutam; mas, também, a “imagem negativa”
de alguns movimentos sociais perante o restante da sociedade – tendo o caso do Movimento dos
Trabalhadores Rurais sem Terra (MST) como exemplo neste debate. E, enfim, apontamos a
necessidade de conectar o que a ciência tem avançado sobre a agroecologia e a biotecnologia, com o
conhecimento adquirido pela população através do tempo e de experiências atuais no campo da
agricultura/alimentação.
Palavras-chaves: Soberania Alimentar. Movimentos Sociais. Agronegócio. Decolonialidade.
https://revistas.ufpr.br/guaju/article/view/65735
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